ÁRABES E CHINESES ESTÃO DE OLHO NO PORTO DE ITAJAÍ
Após a afirmação de Diogo Piloni, secretário nacional de portos, de que a privatização do porto de Itajaí é irreversível e entraria em vigor ainda este ano, cresceu a especulação sobre quem deve explorar o porto nos próximos 35 anos. O desfecho mais natural seria um conflito entre a Maersk (que há mais de 20 anos opera um terminal de contêineres por meio de sua subsidiária APM terminais) e a MSC (controladora da Portonave).
No entanto, uma das regras da Secretaria Nacional de Portos proíbe empresas que operam em grandes terminais próximos de se associarem a qualquer consórcio para concorrer ao leilão. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) estabeleceu a regra para evitar monopólios no setor.
Com essa restrição, e o alto volume de investimentos, que deve chegar a quase R$ 3 bilhões nos próximos 35 anos, outros nomes aparecem entre os possíveis investidores. Entre eles estão chineses e árabes, que estão prontos para a ação e têm interesses comerciais vitais na exploração dos portos brasileiros.
Veja abaixo o histórico das importações e exportações via Porto de Itajaí registradas de janeiro de 2021 a fevereiro de 2022. Os dados são do DataLiner.
Exportações e Importações via Porto de Itajaí | 21 jan – 22 fev | TEU
Fonte: DataLiner
Especialistas do setor marítimo e marítimo acreditam que o grupo DP World, multinacional de logística com sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, pode ser um potencial investidor. A empresa é especializada em logística de cargas, operações de terminais portuários, serviços marítimos e zonas francas. Importa grande quantidade de produtos brasileiros (principalmente aves) e já mantém um terminal privado em Santos.
A COSCO Shipping Corporation Limited, com sede em Xangai, é outro nome bem conhecido no mercado. Foi formado pela fusão de duas empresas estatais de navegação, COSCO e China Shipping Group. Segundo os analistas, o candidato chinês pode ter um viés estratégico (atingir a segurança alimentar) e construir um cluster para apoiar as importações chinesas. Na realidade, a empresa chinesa investiu recentemente no Porto de Pireu, na Grécia, transformando-o de porto secundário na Europa em um dos principais portos do continente.
Outro fator que justifica o interesse desses grandes investidores na privatização do porto de Itajaí é que ambos estão se desenvolvendo no setor e têm interesse estratégico na operação de portos no Brasil.
Fonte: Diarinho