A Rússia, fornecedora essencial de fertilizantes, mais que dobrou suas exportações para o Brasil no ano passado. De fato, as compras externas brasileiras de produtos russos aumentaram 107,4% em 2021 em relação ao ano anterior. Por outro lado, as exportações brasileiras para o país de Vladimir Putin cresceram no ano passado, mas a uma taxa bem menor, de 4,2%. Como resultado, em 2021, o déficit comercial entre a Rússia e o Brasil cresceu para níveis nunca vistos.

No ano passado, a balança comercial bilateral negativa brasileira passou de US$ 1,22 bilhão em 2020 para US$ 4,11 bilhões, o pior déficit comercial entre Rússia e Brasil desde que a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) começou a registrar recordes em 1997.

Os fertilizantes orgânicos ou químicos foram os produtos mais importados pelo Brasil, respondendo por 62% em 2021. O restante das importações brasileiras foram carvão, combustível (que representaram 16%) e produtos semi-acabados de ferro e aço (6,5%).

Commodities agrícolas e proteína animal dominaram as exportações brasileiras para a Rússia. A soja foi a exportação mais popular em 2021, respondendo por 22% do total exportado, seguida pela carne de aves (11%), café não torrado (8,4%), açúcar (8,4%), amendoim (8,2%) e outras carnes (7,3%). %).

Desde 1997 (com exceção de 2000), o comércio bilateral com a Rússia vinha operando em superávit para o Brasil até 2017. No entanto, o déficit tornou-se a norma desde então, que se tornou ainda mais acentuado no ano passado. A mudança sutil pode ser atribuída à perda de força das exportações brasileiras.

Em 2011, as exportações renderam US$ 4,2 bilhões. O pico dos embarques brasileiros para a Rússia ocorreu em 2008, gerando US$ 4,6 bilhões, sendo US$ 2,5 bilhões provenientes de carnes, incluindo carne bovina, suína e de aves, e US$ 1,2 bilhão, de açúcar. Naquele ano, o superávit brasileiro com os russos chegou a US$ 1,3 bilhão. O saldo positivo mais expressivo a favor do Brasil na série da Secex foi registrado em 2006: US$ 2,5 bilhões.

Source: Valor Econômico

Quer ficar informado?

Cadastre seu e-mail, para receber notícias semanais.