Operação mira suspeitos de tráfico internacional de cocaína em containers e embarcações no Paraná
A Polícia Federal (PF), Polícia Civil (PC-PR) e Receita Federal cumprem mandados de prisão preventiva, busca e apreensão na operação Downfall, deflagrada na manhã desta quinta-feira (4) na região do Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, contra uma organização criminosa ligada ao tráfico internacional e interestadual de drogas.
De acordo com a PF, a região do porto da cidade era utilizada para movimentação de droga pelos criminosos, que exportavam grandes quantidades de cocaína e outros ilícitos por meio de contêineres. O destino das drogas eram os portos da Europa, segundo a investigação.
A administração do Porto de Paranaguá disse que não vai se manifestar porque a operação foi no Terminal de Containers (TCP), de empresa privada.
Até a publicação desta reportagem, a Polícia Federal não tinha informado quantas pessoas tinham sido presas na operação, nem a quantidade de drogas e materiais apreendidos. A polícia disse que, durante a investigação, foram apreendidas 5,2 toneladas de cocaína.
Ao todo, 117 ordens judiciais integraram a operação, sendo 30 mandados de prisão preventiva e 87 de busca e apreensão em endereços, além do Paraná, em outros sete estados: Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo.
A ação foi formada por 500 policiais, com apoio de 25 auditores da Receita Federal.
De acordo com a PC-PR, também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores e aplicações financeiras em um valor estimado em mais de R$ 1 bilhão.
Estrutura logística para o narcotráfico internacional
De acordo com a Polícia Federal, a organização criminosa possuí uma estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, com produção de droga no exterior, ingresso e transporte dentro do Brasil, além da preparação e envio de cocaína utilizando o modal marítimo.
Segundo a PF, a droga produzida pelo grupo tinha como principal destino os portos da Europa, por isso, o crime acontecia principalmente na região de Paranaguá, onde exportavam grandes quantidades de cocaína.
De acordo a PC-PR, o grupo ocultava a droga em cargas lícitas, refrigeradores de contêineres e fazia o uso de mergulhadores para inserir a droga em compartimentos submersos dos navios, entre outros métodos.
A investigação indicou, ainda, que o lucro da organização criminosa estava sendo usado para investimentos como compra de aeronaves, barcos, empresas, imóveis, armas e munições.
Lavagem de dinheiro e investimento no setor imobiliário
O crime de lavagem de dinheiro também foi investigado pela operação, como o investimento no setor imobiliário no litoral de Santa Catarina, com aquisição de apartamentos de alto padrão e financiamento de outros empreendimentos.
As construtoras e empresas do setor envolvidas no esquema também foram alvos da ação, pois, de acordo com a investigação, elas são suspeitas de realizarem negócios jurídicos fraudulentos ou não declarados.
Fonte: G1